sexta-feira, 27 de abril de 2012

Microfone Condensador ou Dinâmico





Você sabe o que é um Microfone Condensador e o que é um Microfone Dinâmico? E qual a diferença entre um Microfone Condensador e um Microfone Dinâmico? Nos próximos posts explicaremos o que são , e qual as suas diferenças em matérias entituladas: Como usar o microfone (Parte1 e 2) e Explorando a dinâmica do Microfone. Mas vamos ao que interessa...

Microfone Dinâmico
Microfone Dinâmico falando a grosso modo é um microfone mais forte que o Condensador. O Microfone Dinâmico é muito usado em palcos justamente por isso, um cantor, por exemplo, em sua performance uma hora vai cantar mais suave, outra hora vai gritar com o publico, e com isso esse microfone vai segurar esses níveis de amplitude tranquilamente.
Os Microfones Dinâmicos também são usados em estúdio de gravação, porém nem tanto como os Condensadores. Isso porque ele não tem tanta precisão e clareza.
Já vi alguns Produtores Musicais usar Microfones Dinâmicos em algumas gravações e o resultado foi legal, vai depender muito do estilo musical. Se você grava algum estilo mais agressivo tente usar um microfone dinâmico para ver se resolve, talvez de certo.
Alguns dos Microfones Dinâmicos mais famosos é o: Shure SM57 e o Shure SM58. Eu como músico posso dizer que em todos os Shows que fazia com Artistas, todas as casas de Show tinham o SM57 e o SM58.
Além de ser mais forte que os Condensadores, esses Microfones agüenta muita pancada, já cheguei a lugares que tinham Microfones Dinâmicos que estava em um estado lastimável, porém era só plugar em uma mesa de som que o som saia (risos).

Microfone Condensador
Microfone Condensador são bem mais frágil que os Microfones Dinâmicos. Dificilmente você vai ver um Microfone Condensador jogado no chão de um estúdio, ou mesmo em um palco. Isso porque no próprio manual dos Microfones Condensadores já vem escrito para transportar com cuidado e coisas do tipo.
Além disso, a resposta de freqüência dos Microfones Condensadores é mais plana que os Microfones Dinâmicos. Além de ter mais precisão e Clareza em uma gravação.
Se você colocar um Microfone Condensador e um Dinâmico lado a lado e cantar uma música ou tocar um violão, por exemplo, você vai notar a diferença de precisão na captação do áudio.
Para vocês terem uma idéia de como é tão frágil um Microfone Condensador, já ouvi casos que a pessoa foi gravar tal instrumento e esse instrumento tinha muita potência sonora e veio a fazer o Microfone Condensador parar de funcionar.
Outra diferença entre um Microfone Condensador e o Microfone Dinâmico é que os Condensadores para funcionar precisam de uma alimentação fantasma, o que chamamos de Phantom Power. Praticamente todas as mesas de som, e placas de som externas tem um botão escrito +48, que é justamente o Phantom Power. Se você não ligar o Phantom Power com certeza o Microfone Condensador não vai funcionar.

Nossa Sugestão:

A utilização do Microfone Condensador é para praticamente tudo: gravação de voz, gravação de violão, gravação de sax, etc…
Porém uso o Microfone Dinâmico também, para caixa de bateria, bumbo, guitarra, e outros instrumentos.
Não tem regra para falar qual vai ser usado para qual instrumento, porém sigo o conceito básico, quando quero algo que preciso de maior precisão e clareza uso o Microfone Condensador, e quando vou gravar algo mais agressivo as vezes opto por um Microfone Dinâmico.
O que aconselho é você sempre ter um Microfone Dinâmico em seu estúdio, uma hora ou outra você vai precisar.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Viola de 10 Cordas - Viola Caipira, uai!


A viola, esta viola morena que sempre esteve presente na vida de nosso povo, chegou ao Brasil, no período da colonização, trazida pelos jesuítas e imigrantes portugueses e, com a miscigenação de nossa música – e nossa gente –, principalmente com os negros e os índios, ela foi adquirindo suas próprias características, até se tornar a bonita, a encantatória VIOLA BRASILEIRA.

Mas onde ela surgiu? Sua origem se perde na história. Roberto Nunes Correa, em seu livro VIOLA CAIPIRA, nos informa que “No século XV, e sobretudo no século XVI, a viola já era um instrumento largamente difundido em Portugal, sendo considerada como o principal instrumento dos jograis e cantares trovadorescos.”

E esses jograis e cantadores devem ter sido tão bons que encantavam e enfeitiçavam seus ouvintes: “É extremamente curioso, uma reclamação dos procuradores da cidade Ponte de Lima, às cortes de Lisboa de 1459, enumerando os males que, por causa da viola, se faziam sentir em todo o reino. Eles alegavam que certas pessoas se serviam da viola para, tocando e cantando, mais facilmente roubarem as casas e dormirem com as suas mulheres, filhas ou criadas que, ““ como ouvem tanger a viola, vamlhes desfechar as portas “”.





No Brasil o preconceito – ou o medo de que os violeiros lhes roubassem as mulheres? – também foi grande. Por muito tempo ela foi ligada ao diabo, o cão, o tinhoso. Aliás, foi usada até como instrumento de acusação, como nos mostra esta deliciosa história narrada por Leonardo Arroyo em seu livro A CULTURA POPULAR EM GRANDE SERTÃO: VEREDAS: “Nos últimos dois anos da gestão do Presidente Washington Luís começou este a manobrar a sucessão para seu amigo Júlio Prestes. Um anônimo de Itapetininga, terra da família Prestes, redigiu um volante, à máquina, distribuindo-o em São Paulo com data de l6/10/1928. Nele arrolava oito membros da família, com seus defeitos e vícios. O último da lista era Maneco Prestes, cujo maior defeito, entre outros dois, era este: tocador de viola.”

Mas voltemos à sua origem e evolução. Em Portugal temos, hoje, dois tipos de violas que se sobressaem. No primeiro as violas das terras ocidentais, ou sejam a Viola Braguesa ou “Minhota”; a Viola Amarantina – também chamada de “Viola de Dois Corações”- e a viola toeira de Coimbra. Mestre Aurélio define “toeira” como [De toar + -eira.] S. f.


1. Cada uma das duas cordas imediatas aos dois bordões da guitarra.


2. Bras. SP Açor. Corda de viola.


No segundo tipo temos a Viola do Leste, com a “bandurra” beiroa e a Viola Campaniça. É também mestre Aurélio quem define “bandurra” como “Espécie de guitarra de braço curto, cordas de tripa e bordões”.


No Brasil, a viola se firmou principalmente no Nordeste, com o nome de Viola Sertaneja, e na Região Centro Sul, - Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, com o nome de Viola Caipira.


Na região Nordeste sua afinação é a “natural”, na região Centro Sul, a “Cebolão”, a “Boiadeira”, a “Rio Abaixo” e a “Guitarra”.


Instrumento menor que o violão, tem dez cordas, agrupada aos pares, e começando de baixo para cima. Os dois primeiros pares são afinados em “uníssonos” e os outros em “oitavas”.


Existem muitas explicações para os nomes das cordas, mas certamente são todos de origem portuguesa: prima e contra prima ou primas; requinta e contra-requinta, ou segundas; turina e contra-turina; toeira e contra-toeira; canotilho e contra-canotilho.




Em diversos trechos de GRANDE SERTÃO:VEREDAS o personagem principal, Riobaldo, fala da viola e vemos que ele conhecia as famosas viola de Queluz (hoje, Conselheiro Lafaiete) município mineiro que chegou a ter l5 fábricas do instrumento. Hoje, existem numerosas fábricas e também lutierias artesanais e alguns desses artesãos se tornaram conhecidos nacionalmente como, por exemplo, Zé Côco do Riachão.


Felizmente este instrumento está voltando a ser pesquisado e, principalmente, tocado em todo o território nacional e, se a Música Popular Brasileira, por sua beleza e criatividade, conquistou o mundo foi, certamente, a Viola Caipira que ajudou a construir esta Música.




terça-feira, 24 de abril de 2012

Historia do Banjo


“ Eu já tocava banjo no Originais do Samba, mas não deu certo, ai no Cacique tudo aconteceu”. Disse Almir Guineto em um relato no ultimo DVD do Fundo de Quintal.



A História

O Banjo é de origem Africana. Em 1619, navios holandeses desembarcavam escravos africanos na Virgínia. Passado um século, o tráfego de escravos para a América estava em plena atividade.

Por volta de 1727 havia 75000 negros nas colônias norte-americanas, e de 1790 até 1800 havia mais de um milhão de negros nos estados Unidos da América, mais de cem mil eram livres, fato importante, os negros formavam quase dezenove por cento da população. 

Tal foi o rápido desenvolvimento dum sistema sócio-econômico que resultou no transplante de boa parte da cultura africana para as terras do Novo Mundo. Foi Thomas Jefferson que, em 1782, induziu o Legislativo da Virgínia a aprovar uma lei que permitia a qualquer pessoa por testamento ou outro instrumento estrito, selado e assinado por testemunhas, emancipar seus escravos. Jefferson tratava bem seus escravos , mas não hesitava em vendê-los em praça pública, quando havia necessidade.

Ele admitia também a superioridade dos negros sobre brancos e índios em relação à aptidão musical. Jefferson afirma que os negros também tinham aptidão para fabricar instrumentos musicais de maneira simples com material de fácil obtenção. Escrevendo sobre os negros e a música em suas Notes on Virgínia, Jefferson diz: - O instrumento próprio deles é o banjar ou banjor, que para cá trouxeram da África, e que é o antecessor da guitarra no Brasil violão, pois as suas cordas são precisamente as quatro cordas graves da guitarra. Este é o instrumento que veio a ser conhecido como banjo. Jefferson não é historicamente exato quando diz que o banjo foi o antecessor da guitarra, pois há indícios que sugerem o contrário: isto é, que a bania (conforme se chamava) da África Ocidental foi modificação da guitarra árabe (da qual se originou a guitarra européia).

Assim os escravos africanos traziam para a os Estados Unidos um instrumento que fincaria raízes no folclore dos Estados Unidenses. Então geração após geração os negros construíam banjos por processos como: grande cabaça sem miolo, com bojo aparado nivelado ao cabo preso na cabaça; na concavidade da cabaça era esticada uma pele de guaxinim curtida, formando como que uma pele de tambor. Passavam-se quatro cordas, por cima dum cavalete colocado perto do centro do tambor, e fixavam-se no braço ou cabo do instrumento; essas cordas eram feitas de qualquer material adequado que houvesse à mão.

Uma canção Bonja Song foi publicada em folha avulsa entre 1818 e 1821. O banjo era também chamado de bonja ou banga nesse período. Por volta de 1845, deu-se a transição do banjo de quatro cordas para o banjo de cinco cordas, o nome do responsável, não é conhecido.

Em 1886, George Cable, em um artigo seu intitulado A Dança na Praça Congo, após presenciar a dança, afirma que o principal instrumento condutor da música é o banjo, que possuía apenas quatro cordas e não seis. A partir de 1880, um tipo de dança conhecido como cakewalk (dança rural que era feita com movimentos alegres dos negros ao som do banjo, porque não podiam ficar parados, e aos domingos parece que os seus donos davam um bolo a quem fosse melhor na dança) foi se tornando cada vez mais popular e o seu acompanhamento era feito pelo banjo, era um número dentro do menestrel shows, que eram produzidos por brancos de rosto pintado e que depois com a guerra civil e a emancipação dos negros, passou a ser produzido pelos próprios negros e que mais tarde passou para os atos de variedades que marcou a passagem para os vaudeville, não obstante o banjo é o instrumento que faz a convergência do ragtime e do blues no jazz clássico de Nova Orleans, além da polêmica quando ao seu introdutor no movimento de pagodes nos anos 80.

Os banjistas de meados do século XIX entoavam canções de minstrels, que décadas após desembocam no ragtime. Em 1876, Lafcadio Hearn, observador dos costumes afroamericanos, nos fornece dicas dos antecedentes folclóricos do ragtime e do jazz via o trecho que segue de um artigo intitulado "Vida no cais". Numa noite fresca de primavera, quando o cais está banhado em luar, a luz dos lampiões dança rubra sobre as água, o ar límpido vibra à música sonora dos apitos de tons graves, e o som tumultuoso de banjos passa pelas portas abertas dos dancings do cais... A combinação do ritmo do cakewalk com a técnica do banjo é precursora direta do ragtime. O banjo raro até 1918 na seção rítmica da jazz band clássica foi aos poucos substituindo a guitarra.
Assim o banjo e suas variantes tiveram popularidade duradoura, sendo bastante difundido como instrumento folclórico, de salão e do teatro de variedades. O banjo moderno normalmente possui cinco cordas metálicas afinadas (sol, dó, sol, si, ré quando a afinação é em dó) e sol, ré, sol, si, ré, quando a afinação é em sol. Nos anos 20 e 30, o banjo tenor possuía a seguinte afinação: do sol, ré, lá e era muito utilizado, após a guerra o banjo de cinco cordas voltou a ser mais usado, atualmente a afinação do banjo tenor é sol, ré, lá, mi. Alguns autores falam de um banjo de três cordas .

Banjo brasileiro 



Nos anos 80, quando acontecia um pagode, era tudo acústico, o cavaquinho, cujo som perdia em volume para os instrumentos de percussão, foi substituído pelo banjo, que adaptado pela casa Del Vequio, por conta própria ou a pedido de Almir Guineto, que assume a autoria de ter introduzido o banjo no samba. Temos também no livro de Oneida Alvarenga uma foto de 1938, onde aparecem três banjos com o formato atual. O banjo brasileiro é afinado em ré, si, sol,ré, mesma afinação do cavaquinho. 

Origem: fabricado pelos negros que vinham da África, feito de material simples (cabaça, pele de guaxinim, cordas de materiais simples e diversos).

Afinação: RE-SOl-SI-RE( Banjo-cavaco) ou do-sol-re-la. Sol-re-la-mi .

Número de cordas: 3, 4,5 e seis cordas usado em: acompanhamento de danças próprias dos negros, mais tarde em canções folclóricas, e com a evolução da música estadunidense, usado como instrumento solista e no acompanhamento, nos primórdios do ragtime até chegar ao jazz. 

LANÇAMENTO - Um Afinador preciso e discreto (Mini Headstock Tuner)

Projetado em conjunto com a Ned Steinberger, a Planet Waves lança no mercado o Mini Headstock Tuner. O Afinador pode ser utilizado em uma grande variedade de instrumentos de cordas. Seu formato é compacto, leve, fácil de usar e com design arrojado e funcional. O equipamendo conta com display iluminado e permite o ajuste suave e altamente preciso em ambientes ruidosos, onde outros sintonizadores falham. 



O projeto de design permite que o minúsculo sintonizador possa se esconder sem esforço por trás do headstock. Com um mecanismo de giro de 360 ​​graus e braçadeira acolchoada ajustável, o Mini NS oferece ótimos ângulos de visão e flexibilidade de posicionamento. Equipado com o mais recente versão do muito elogiado e preciso software Planet Super Waves, o Mini NS também oferece calibração ajustável entre 430 Hz e 450 Hz para uso em uma ampla variedade de situações. 



Multi-cor ecrã LCD retroiluminado torna mais fácil sintonizar em ambientes escuros e o captador Built-in piezo capta a vibração do instrumento ao invés de som ambiente. 
O design compacto combina com a estética de qualquer instrumento, enquanto a adição de peso consideravelmente menor do que outros sintonizadores, faz com que o usuário nem perceba sua utilização. 

A utlização do Mini Headstock Tuner pode ser utlizado em guitarras acústicas e elétricas, baixos, bandolins, banjos e outros instrumentos de cordas. 

Os Sintonizadores Planet Waves são projetados por músicos para músicos, com características intuitivas, fáceis de ler e ajuste de precisão excepcional.

Venha conhecer mais essa novidade no Armazém do Mùsico, faça um test drive e confira o que existe de melhor em tecnologia de afinação de instrumentos de  cordas. Temos  poucas unidades, vem prá cá!!! Ou ligue: (43) 3334-0003 - Londrina/PR

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A história da Gaita de Boca




Harmônica, gaita de beiços, gaita de sopro, no nordeste “realejo”, se você veio recentemente da Europa “harmónica”, ou simplesmente, Gaita de Boca.

De muitos nomes, com muitos mitos, o fato é que a gaita de boca é um instrumento encantador. Hoje vamos nos ater a história.

A história

O princípio de palhetas livres, conceito básico de uma gaita de boca, é uma arte milenar.

Mais precisamente há 5.000 anos. Isso mesmo a Gaita de Boca era um antigo instrumento chinês, o sheng (imagem abaixo).

Quando começava-se a desenvolver a técnica de palhetas livres.

Técnica que também gerou uma grande família de instrumentos acionados por foles ou bombas de ar, como o acordeão e a melódica.

Em órgãos é comum que alguns tubos sejam flautados e outros utilizem palhetas livres para produzir sons com timbres diferenciados.






Porém, a gaita não é um instrumento típico Chinês.

A harmônica que conhecemos é um instrumento criado na Alemanha.

Foi em Berlim, em 1821, que Friedrich Bushman, aos 16 anos inventou a AURA, para estudar a influência da corrente de ar no som. Sua invenção era essencialmente um conjunto de quinze diapasões, todas notas sopradas, conectadas a uma armação de metal.

Alguns anos depois, um produtor de instrumentos em Bohemia, chamado Richter, melhorou o design da desajeitada Aura.

Ele fez uma estrutura de 20 notas, dentro de dez orifícios, ou seja, 10 notas sopradas e 10 notas aspiradas.

Agora sim, estas mudanças somado a estrutura do instrumento foi verdadeiramente a primeira gaita ou harmônica como nós a conhecemos hoje.


Em 1827, um relojoeiro chamado Christian Messner começou a fazer harmônicas como uma linha opcional, na pequena cidade de Trossing, Alemanha.Em breve vários outros relojoeiros da área, muitos deles parentes de Messner, estavam tambem produzindo harmônicas como um negócio opcional.

Mas nesta mesma cidade, um jovem relojoeiro de 24 anos chamado Mattias Hohner, resolveu produzir harmônicas como seu principal negócio, produzindo assim 650 instrumentos no primeiro ano. O que distinguia Hohner dos outros fabricantes daquela época era a alta qualidade dos instrumentos aliada a uma grande visão de marketing, pois todas as gaitas fabricadas por ele tinham sua marca estampada.



Em 1888 as gaitas Hohner foram para os EUA e foram largamente distribuídas sem dúvida por serem baratas, pequenas e fáceis de se tocar. Talvez por essa razão, elas foram tão bem recebidas entre a população negra. Ainda hoje a Hohner é o mais influente fabricante de gaitas, já tendo produzido cerca de 1.500 modelos diferentes de harmônicas. O mais caro foi fabricado fora de série, especialmente para o Papa Pio XI, todas as peças de metal, com exceção das palhetas eram de ouro maciço. Um dos modelos mais curiosos era acompanhado de um cordão para que os africanos, que não usam bolsos, pudessem pendurá-las no pescoço.

Na Europa a gaita se tornou um instrumento muito popular na música folclórica e surgiram bandas e orquestras especializadas neste instrumento.

Nos Estados Unidos foi muito utilizada na música country. Com o surgimento do blues no início do século XX, a gaita chegou ao seu auge e daí garantiu a participação em outros gêneros musicais, como o jazz, folk music, rock and roll e até na música clássica.


No Brasil, a história da gaita começa em agosto de 1923,

um imigrante alemão chamado Alfred Hering, fundou a empresa Gaitas Alfred Hering em Blumenau – Santa Catarina, e começou a produzir as Harmônicas Hering.

Após a morte do Sr. Hering, em meados de 1960, a empresa foi vendida para M. Hohner Company, de Trossing, Alemanha.

Muita tecnologia foi trazida da Alemanha e introduzida no Brasil, melhorando assim cada vez mais a qualidade do instrumento.Em 1979, um grupo de brasileiros comprou a Hering e M. Hohner deixou o Brasil.

Hoje com a popularização do instrumento existem diversos fabricantes de gaitas espalhados pelo mundo: Hering e Bends no Brasil, Hohner e Seydel na Alememanha, a Suzuki no Japão e a Lee Oskar nos E.U.A.



Como comprar gaita de boca









Basicamente as gaitas diatônicas são divididas em 2 tipos de embocadura: leve ou pesada. É fácil diferenciar, quando você vai tocar uma Gaita de Boca e sente que a gaita, o bocal, é fino, chamamos de embocadura leve, ou fina mesmo.

Mas quando você sente que sua boca fica mais aberta, e o bocal é mais grosso, pode ter certeza que essa gaita de boca possui uma embocadura pesada, ou grossa.

As gaitas de boca de embocadura leve são indicadas para gaitistas que gostam de tocar mais suavemente, um sopro mais suave.

Mas se fôlego e força não são problemas, as gaitas de embocadura pesada são perfeitas. Preste atenção, se você comprar uma gaita de boca com embocadura leve e soprar muito forte, ela estragará rapidinho, e caso você compre uma gaita de boca com embocadura pesada, e soprar fraco, as notas não sairão completas e o volume não será satisfatório.

Não é uma regra, mas normalmente uma gaita de boca com corpo de Plástico tem uma resposta rápida e um som brilhante, já as gaitas com corpo de Madeira possui um um timbre mais aveludado, o que lhe possibilita também um maior pressão.

Mas é claro que muita coisa depende da sua pegada.

O tipo de gaita que você deverá comprar dependerá inicialmente do tipo de música que você deseja tocar.

Duas marcas famosas de gaitas de boca: Hering e Bends.

Gaita de Boca Diatônica

Se você deseja tocar os estilos: Blues, Country e Rock and Roll, a gaita mais adequada seria a gaita Diatônica, mais conhecida como: Gaita de Blues.

Com Corpo de Madeira: Dê uma olhada nas gaitas Vintage Harp e Master Blues, ambas da Hering, e a Anima e a Adágio da Bends.

Embocadura Pesada: Gaitas como Black Blues (foto abaixo)

e Golden Blues da Hering, e a JUKE da Bends.




Embocadura Leve: as gaitas da linha SUPER e a Free Blues , da Hering.

Da Bends citamos as gaitas Prima e Anima.

Gaita de boca Cromática

E se você deseja tocar qualquer ritmo musical, mas principalmente os estilos: MPB, Jazz e Clássico, a gaita mais adequada para comprar seria a gaita Cromática,

vamos a alguns bom exemplos:

Alegro 48 vozes e Tônica 56 vozes, ambas da Bends, e a Velvet Voice da HERING.

Gaita de Boca Oitavada e Trêmula

Se você deseja tocar os estilos: Folclórico, Regional, a gaita mais adequada seria a gaita Oitavada e Trêmula.

No 18 de setembro de 2009, um eletricista inglês de nome John Fellas, comprou uma gaita de boca pela singela bagatela de 4,5mil dólares.

Porém, não era uma simples gaita, era uma das gaitas de Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan, um dos maiores compositores e cantores de todos os tempos.

Esta gaita de boca cromática da famosa marca Hohner foi arrematada na casa de leilões Barnes.

Segundo a casa, a gaita foi doada por Bob Dylan em 1974 para uma assistente de figurino. Na gaita (foto abaixo) encontra-se a seguinte dedicatória: “Para Bob, boa sorte, Bob Diylan 1974”.

A figurinista havia pedido um autógrafo de Bob Dylan para seu irmão (outro Bob) e acabou ganhando a gaita de presente.


A gaita

A gaita é um instrumento com muitos nomes e tipos: harmônica, harmónica (Europa), gaita de boca, gaita de beiços, gaita de sopro e se você mora ou está passando pelo nordeste brasileiro e ouvir a palavra “realejo”, não se assuste, é gaita de boca também. Mas uma gaita é composta ainda por variados tipos e afinações. Em princípio, as placas de palhetas podem ser montadas com qualquer combinação de notas, com isso os tipos de gaitas variam de acordo com a quantidade de furos, a escala, a extensão ou registro (conjunto de notas que podem ser produzidas pelo instrumento) e a disposição das notas nos furos (layout).

A gaita possui em sua embocadura um conjunto de furos por onde o instrumentista sopra ou suga o ar.


As mais famosas e usadas gaitas de boca são as cromáticas e as diatônicas.

A Diatônica é também chamada de gaita de blues, tem 10 furos e uma extensão de três oitavas.

As palhetas são dispostas nos furos de maneira a permitir a execução individual das notas da escala diatônica maior.

A gaita diatônica é fabricada para ser tocada em apenas um tom específico.

Sendo assim, você encontrará gaitas diatônicas em 12 tons diferentes.

Já a gaita cromática é uma evolução da diatônica, aquela com um botão na lateral. Este botão serve para acionar um segundo grupo de palhetas que estão afinadas meio-tom acima da nota natural.

Desta forma a gaita consegue oferecer todas as 12 notas da escala cromática (C C# D D# E F F# G G# A A# B).



Ela foi criada para permitir a execução melódica de músicas em qualquer tonalidade, com modulações e sem as variações de afinação produzidas pelos bends.




O Armazém do Músico tem uma linha variada de gaitas prá que você possa fazer um som mais do que diferenciado. Faça-nos uma visita e confira.


Guitarrista iniciante: 10 dicas para aprender a tocar guitarra


Muitas pessoas já nascem com um dom musical que facilita no aprendizado de qualquer instrumento, porém qualquer pessoa pode aprender a tocar guitarra, por exemplo, já que não é um dos instrumentos mais difíceis de ser tocado, porém também não é o mais fácil.
Para o guitarrista iniciante aprender a tocar guitarra, dicas  de pessoas mais experientes são fundamentais para queimar algumas etapas e iniciar no mundo da música com o pé direito, ou melhor com a mão direita e mão esquerda. Veja algumas delas abaixo:
1 – Compre uma guitarra que seja adequada ao estilo de música que mais gosta. Se não tiver dinheiro para comprar o instrumento de seus sonhos recorra a equipamentos mais baratos tentando conciliar preço e qualidade.
2 – Adquira vários tipos de palhetas e veja qual você se sente mais “confortável” para tocar. Os modelos e espessuras de palhetas vão depender também do estilo que pretende tocar. Tem pessoas que se adaptam a tocar sem paleta, não há problema nenhum nisso, se for mais fácil para você vá em frente.
3 – Os amplificadores seguem a mesma regra do instrumento no que refere a estilo, procure o que dá um timbre que mais lhe agrada, tentando aliar preço x qualidade.
4 – Pesquise na internet, há diversos sites com dicas para guitarristas iniciantes, ensinando o passo-a-passo de como tocar cada ritmo, como aplicar cada técnica etc. Há um infinidade de músicas e escalas. O que achar interessante adicione em favoritos e vez ou outra volte para ler e estudar.
5 – Comece pelas músicas mais fáceis, na Internet você encontra um interminável número de tablatura e cifras, escolha sempre as músicas que gostaria para tocar, será um incentivo a mais e você já a tem na cabeça.
6 – Treine diariamente, se não tiver muito tempo, que seja pelo menos 30 minutos por dia. O trabalho rende mais se for periódico do que esporádico. Mais vale treinar 10 minutos por dia do que 2 horas só no fim de semana por exemplo. Um truque é deixar o instrumento próximo. Você não irá notar inicialmente. Porém futuramente você verá o quanto evoluiu. O importante é fazer disso um hábito.
7 – Veja vídeo no YouTube ensinando a tocar guitarra, existem vários, desde o nível iniciante até o mais avançado. Pode fazer uso de DVDs com professores ensinado tocar.
8 – Comece sempre pelas coisas mais simples, mais fáceis e vá passando aos poucos para técnicas mais complexas. Treine técnicas diferenciadas e tente aprender coisas novas todos os dias.
9 – Um professor particular pode ajudar, mas isso ajudará pouco se você não se interessar. Troque informações com pessoas que também tocam, seja mais experientes ou não que você, em fóruns, e até em pequenos shows, não tenha vergonha de perguntar como se faz.
10 – Por último, a mais importante dica para aprender tocar guitarra é a persistência. Nunca desanime, pois ninguém começa sabendo a fazer alguma coisa da noite para o dia. No começo tudo será muito difícil, os dedos irão doer, o som não sairá nítido, os ritmos serão difíceis de aprender etc. Treine sempre e seja fiel ao instrumento que um dia ele lhe vai retribuir com uma linda melodia.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Fazendo um som diferente - Pedais de Efeito

O Armazém do Músico comenta hoje sobre pedais de efeitos, quais são suas finalidades, o que há de bom no mercado hoje em dia e o custo/benefício destes.


- Pedais de Efeitos

São pedais que possuem diversos efeitos, dentre eles destacam-se as distorções, wha wha, delay, etc.

São versáteis pelo fato de serem facilmente visualizados em um palco quando se toca ao vivo, e é muito fácil utilizá-los pois sempre há uma chave de liga/desliga e os botões de regulagem do efeito.


Com isso, os pedais tornam-se nesse aspecto melhores que pedaleiras digitais, pois apresentam um som extremamente bom e são de fácil manuseio, já as pedaleiras são mais em conta no preço mas alguns efeitos nela podem deixar um pouco a desejar, além de ser de difícil manuseio ( regulagens, etc.)

Para você escolher os pedais que você irá utilizar, é interessante que você pesquise preços, som, etc. Uma boa é você pegar o set-up de seus guitarristas favoritos e ver o que eles usavam para assim você usar o set deles como base para o seu.


*Para ver os set-ups dos guitarristas entrem nesse site: www.guitargeek.com


- Cadeia de sinal

Antes de falarmos dos efeitos devemos saber como ligá-los na cadeia de sinal. Não há uma ordem específica, mas o que deve ser respeitado é que primeiro vem os pedais de ganho e em seguida os efeitos.
A ordem de ligação a seguir é a que eu uso e é uma das que todos usam:
Ordem:


Guitarra - - - Wha wha - - Compressor - - Overdrive - - Distorção - - Booster - - Phaser - - Reverb - - Chorus - - Delay - - Amplificador.


Lembre-se você NÃO PRESCISA seguir essa ordem, você pode fazer sua própria ordem.

Agora falaremos dos efeitos em questão, hoje vou falar principalmente das distorções e em breve estarei falando dos efeitos de Chorus, Delay, Flanger, etc.


- Overdrives, Distorções e Fuzz

Esses são os efeitos preferidos da maioria dos guitarristas, pois muitas bandas usam esses efeitos para distorcer o som da guitarra.

O pedal de Overdrive, é um pedal que quando ligado praticamente "simula" o som de um amplificador a válvula, ou seja, o seu som fica parecido com a saturação de um amplificador valvulado. Ele apresenta um ganho pequeno comparado aos pedais de distorção, mas apresenta uma dinâmica que as distorções não oferecem.

Os pedais de Overdrive, em geral, apresentam três botões: 
* Gain - controla a quantidade de ganho no pedal, quanto maior o ganho, maior será a distorção.

* Level - controla o volume do pedal em sua cadeia de sinal.

* Tone - serve para adicionar ou cortar frequências agudas de seu som. 


Alguns bons overdrives são os mais usados que são: 

* Super Overdrive SD-1, da Boss

* Tubescreamer TS-9, da Ibanez

* Distortion +, da MXR

Esses são pedais usados por diversos guitarristas dentre eles estão: Eddie Van Halen, Jake E. Lee, Randy Rhoads, Joe Satriani, entre muitos outros.


O pedal de Distorção 


É o pedal mais usado no rock, é usado desde um Hard Rock farofa até o Thrash Metal, esse é um pedal que possui um alto ganho e também simula o som de um amplificador valvulado, não possui tanta dinâmica como os pedais de overdrive pois o ganho destes é absurdamente maior em alguns pedais. 

Os pedais de distorção também apresentam em geral, três botões:

* Gain - é o botão que serve para aumentar ou diminuir o ganho do pedal.

* Tone - serve para adicionar ou retirar frequências agudas do pedal.

* Distortion - serve para aumentar ou diminuir a quantidade de distorção no pedal ( lembre-se: o peso de uma banda não vem da quantidade de distorção, pois quando muito alta, o som torna-se indefinido e embolado, além de apresentar um grande "chiado". Às vezes o peso de uma banda vem da "cozinha", do baixo e da bateria, fique bastante atento quanto a isso.).

* Level - serve para aumentar ou diminuir o volume do pedal.


No mercado existem diversos pedais de distorção, e, os que eu mais gosto e recomendo são:

* Distortion DS-1, da Boss ( um clássico !!)

* Mega Disortion MD-2, da Boss
* Metalzone, da Boss

* Double Distortion, da MXR

... dentre muitos outros no mercado. Apenas citei alguns, mas lembre-se você deve pesquisar bastante antes de montar um set-up.
Esses pedais de distorção também são usados por diversos guitarristas, tais como: Van Halen, Steve Vai, Edu Ardanuy, Jason Becker, Paul Gilbert, Kirk Hammet, George Lynch, dentre outros.

O pedal de Fuzz, é um pedal pouco usado hoje em dia, mas ele já foi muito usado na década de 60 e 70. Esse pedal apresenta um som de alto ganho, "imundo", etc. Esse pedal era usado pelos guitarristas de Blues, assim como o Overdrive era usado por eles também. Para saber de que tipo som estamos comentando, escute as gravações de Jimi Hendrix e o solo de Black Night do Deep Purple.

O Fuzz apresenta normalmente doi botões:

* Fuzz - controla a quantidade de ganho e de Fuzz no seu som.
* Level - controla o volume do pedal.

O mais usado foi o Fuzz Face da MXR, que foi usado por grande parte dos guitarristas, mas destacou-se no som de Hendrix.

Essa foi a primeia parte da matéria sobre efeitos, espero que tenham gostado dessas dicas sobre os pedais. Lembrem-se de pesquisar para acha o melhor som para vocês, pois essa é a única forma de chegar ao som que deseja.

Conheça a linha de pedais de efeito no Armazém do Músico, faça-nos uma visita e confira.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Tanajura!!! Um Jeito diferente de Ritmar!!!


A Rozini agora também é percussão!

O Tanajura funciona como uma bateria de colo (caixa e bumbo).
Há quem o compare com um cajón, porém é muito mais versátil, podendo ser tocado de várias maneiras e com a grande facilidade de ser portátil.
Ele possui uma esteira de repique removível, onde se estabelece praticamente dois instrumentos distintos, quando está com e sem essa esteira. 


Bem, dizem que uma imagem vale mais que mil palavras. O que podemos dizer então de vídeos?! Este é o nosso convite: 
Através de seu próprio criador, Nilo Cruz, aprenda como tocar o TANAJURA e conheça algumas de suas inesgotáveis possibilidades de encaixá-lo em seu estilo musical.




Especicifações Técnicas:

Laterais/ Fundo e Tampo: Mogno (laminado)
Alça: Marapuá (maciço)
Opções: Acústico e elétrico (captação dupla de contato)
Acabamento: Verniz natural fosco 
Comprimento total do instrumento: 700mm
Maior largura da caixa: 103mm
Peso: 1,5kg


Descubra, conheça, toque e se surpreenda com o TANAJURA, uma invenção genuinamente brasileira.

O Armazém do Músico oferece mais essa novidade para você, faça-nos uma visita e confira!!!

História do Contra-Baixo


O contrabaixo tem suas origens remotas na Baixa Idade Média, período compreendido entre o Cisma Greco-Oriental (1054) e a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos (1453). Descendente de uma família chamada "violas", que se dividia em dois grupos, violas de braço e violas de pernas, o contrabaixo é hoje o herdeiro maior e de som mais grave deste segundo grupo.

Por volta de 1200, o nome gige era usado para destinar tanto a Rabeca, instrumento de origem árabe com formato parecido com o alaúde como a guitar-fiddle (uma espécie de violão com o formato semelhante a um violino). No Sacro Império Romano Germânico, quase todos os instrumentos eram chamados pelo nome de gige, havendo a gige pequena e a grande. A música executada neste período era bastante simples, as composições situavam-se dentro de um registro bastante limitado e no que tange à harmonia, as partes restringiam-se a duas ou três vezes. Era muito comum instrumentos e vozes dobrarem as partes em uníssono. 

Com o passar dos anos, o número de partes foi expandido para quatro. 
Aproximadamente na metade do séc. XV, começou-se a usar o registro do baixo, que até então era desconsiderado. Com esta nova tendência para os graves, os músicos precisavam de instrumentos especiais capazes de reproduzir ou fazer soar as partes graves. A solução encontrada pelos construtores de instrumentos, os luthiers, foi simplesmente reconstruir os instrumentos existentes, mas em escala maior. Ocorre, então, uma evolução técnica e artística de um instrumento em conjunto com a história da música. Assim, a evolução no número de partes da harmonia trouxe a necessidade de se criar outros instrumentos que desempenhassem satisfatoriamente aquela nova função. 

De qualquer modo, seu ancestral mais próximo foi o chamado violine, que no início do séc. XVII tornou-se o nome comumente designado à viola contrabaixo, mas apenas na metade do séc. XVII o nome do contrabaixo separou-se do violine. E começou a ter vida própria. Entretanto, até a metade do séc. XVIII o instrumento não era utilizado em larga escala, tanto que em 1730 a orquestra de J. S. Bach não contava com nenhum contrabaixo. Ainda faltava um longo caminho para a popularização. 

Com o desenvolvimento da música popular no final do séc. XIX, principalmente no que diz respeito ao jazz, inicia-se assim a introdução do contrabaixo com uma inovação: ele não era tocado com arco... apenas com os dedos a fim de que tivesse uma marcação mais acentuada. 


O jazz se populariza e durante toda a primeira metade do séc. XX, o baixo só pode ser imaginado como uma imenso instrumento oco de madeira usado para bases de intermináveis solos de sax, se bem que era usado também no princípio do blues e do mambo (estou falando de antes da 2º Guerra Mundial).

Assim foi até que em 1951, um norte-americano chamado Leo Fender cria um baixo tão elétrico quanto a guitarra elétrica que também criou. O primeiro modelo foi denominado Fender Precision, e o nome não era casualidade: frente aos tradicionais contrabaixos, com o braço totalmente liso, o novo instrumento incorporava trastes, assim como suas guitarras. 

Parece uma bobagem, mas o detalhe dos trastes faz com que a afinação do baixo seja muito mais precisa, eis aí a origem do nome. Mas a revolução fundamental que representa o baixo elétrico frente ao contrabaixo é a amplificação do som. Se a solução antigamente havia sido aumentar a caixa de ressonância, transformando o violino em um instrumento imenso e com cordas muito mais grossas, desta vez a solução foi inserir uma pastilha eletromagnética no corpo do instrumento para que o som fosse captado. Além do mais, a redução do tamanho do instrumento permitiu aos baixistas transporta-lo com mais comodidade, e poder viajar no mesmo ônibus dos outros músicos portando seu próprio instrumento. 

Mas nem tudo seria apenas vantagem, sobretudo para aqueles que tocavam baixo, mas não eram realmente "baixistas". Até então, o contrabaixo era o instrumento que todos acreditavam serem capazes de tocar, principalmente porque não se ouvia, de modo que muitos mais representavam em palco do que realmente tocar o baixo. A amplificação trouxe à tona quais eram os verdadeiros baixistas. 




Deve-se dizer que antes de 1951, na década de 1930, houve arriscadas e valentes tentativas de se fazer o mesmo, principalmente por parte de Rickenbacker. Mas se mencionei o Precision de 1951 como o primeiro baixo elétrico é porque é o primeiro que se pode considerar como tal, já que o anterior entraria na categoria de protótipos. Como é lógico, depois vieram outros modelos (como o Jazz Bass, também de Fender), as imitações, etc. Mas o significativo é que você pode comprar hoje em dia um Precision com quase as mesmas características que aquele, pois a maioria dos baixos atuais se baseiam em seu desenho. 

Os músicos de jazz e blues, a princípio, acharam a idéia interessante mas mantiveram-se em seu tradicionalismo. Somente muitos anos depois o baixo elétrico seria tão popular no jazz e no blues quanto o acústico. No caso do blues, ele surgiu assim que Muddy Waters introduziu a guitarra neste ritmo, ainda que seu baixista, o mitológico Willie Dixon usasse um acústico. No caso do jazz, o baixo elétrico só veio à tona com Miles Davis. 

Nos anos 60, o papel do baixista segue sendo, basicamente, o mesmo que nos anos 50: um suporte harmônico de fundo. A partir de 1967, o baixo elétrico começa a aparecer, fundamentalmente no rock'n roll. O melhor exemplo talvez seja o disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles. Aqui já podemos começar a falar de linhas de baixo de temas pop, tal como os conhecemos atualmente. É prova disto o Festival de Woodstock em 1969.


Os anos 70 apresentam a maturidade do baixo. Os produtores começam a prestar mais atenção no potencial do instrumento e o contrabaixo assume uma importância maior, como no surgimento da disco music. É fundamental também o surgimento do rock progressivo, o jazz fusion, o latin rock, o heavy metal, o punk, o reggae, o funk e a soul music. O baixo acústico se limita apenas aos setores mais tradicionais, como jazz, blues e ritmos tipicamente latinos, assim mesmo já rivalizando com o elétrico. E é claro, a popularização do fretless, o baixo elétrico sem trastes. 

O desenvolvimento da década de 80 apresenta a maturidade de alguns estilos musicais e o desaparecimento de outros. Percebe-se neste período que o baixo já não é imprescindível, e que pode facilmente ser trocado por um sintetizador. A massificação da dance music (pária da disco music) deixa de lado o contrabaixo, ainda que sua linha ainda esteja presente, mesmo que sintetizada. Mas isto não acontecia apenas com o baixo, mas também com a guitarra e a bateria, já que o sintetizador era o instrumento fetiche do início da década. 

Para felicidade nossa, esta tendência de trocar todos os instrumentos por um só foi passageira. E os grupos voltaram, sejam eles de rock ou jazz, tanto o baixo elétrico quanto o acústico estavam novamente no palco. Nem todos estavam concordando com a massificação dos sintetizadores, principalmente produtores mais atentos e a revista Bass Player. O jazz começava a abrir um campo especificamente voltado para o contrabaixo elétrico, e assim o instrumento se desenvolveu com uma rapidez imensa tornando-se hoje um dos mais importantes instrumentos musicais da música moderna.